6 de dezembro de 2010

17 anos

Então eu acordei e tive a ideia de escrever um diário. Não foi hoje, nem ontem. Há mais ou menos 1 mês, eu tive a ideia. Mas não fazia sentido começar do nada. Resolvi começar quando fizesse 17 anos. 04 de dezembro de 2010. Senti que minha vida ia mudar a partir do dia em que eu completasse em anos o meu número da sorte. Existe sorte afinal? Fiz alguns planos para o fim de semana, no ano em que meu aniversário seria comemorado no sábado. Tem coisa melhor? Tecnicamente não. Você pode comemorar segunda, quarta ou qualquer dia, mas no fim de semana é melhor, sem dúvida. Bem, pra mim não foi... Neste dia tão abençoado eu perdi uma dádiva em minha vida, talvez uma das maiores bençãos do Senhor, não só em minha vida, mas na de todos que estiveram com ela. Acabei dedicando meu fim de semana em sua despedida. Minha avózinha, dona Santinha. A ficha ainda não caiu. Ainda ouço tua voz. Ainda lembro do teu riso. Tua imagem ainda é claríssima em minha memória. Meu coração não tem mais calma depois de tua partida. Por que, meu Deus? Por quê? Por favor, me diga que isso não passa de um pesadelo terrível. Que quando eu passar por aquele corredor, ela vai estar lá no final me esperando com um grande abraço e muito carinho. Com todo o amor incondicional que só ela conseguia compartilhar. Com a alegria divina, com a mansidão no coração e a humildade incomparável. Sim, Deus, eu sei que ela não vai estar lá. Mas somente o corpo não estará. O espírito há de estar. A presença dela será real em nossas vidas, nos acompanhando sempre. O exemplo de fé que ela deixou, ficará marcado na eternidade. Obrigado, Deus, por ter me dado a oportunidade de me despedir dela. Gostaria de mais tempo, intermináveis momentos ao lado dela. Mas sua vontade foi feita, não duvido que tenha sido o melhor. Exatos 17 anos com minha vó, minha vózinha linda e maravilhosa, foram bons demais. Obrigado mesmo, meu Deus. Tudo que ela buscou em vida finalmente conseguiu encontrar. Agora em sua presença, ela encontrou a plenitude do seu amor. Me perdoe pelas vezes em que duvidei de ti, Senhor. Meus 17 anos não poderiam ter sido melhores. Sinto em não poder mais viver a alegria de estar junto dela aqui, porém agradeço por ter me permitido tudo isso. Apenas te peço, Senhor, acalma meu coração. Essa ferida vai cicatrizar, eu sei, mas somente por causa da tua permissão. E vózinha, eu sei que a senhora está bem ai com Ele. Um dia estaremos juntas de novo, viu? Saudades eternas, eu te amo.

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