8 de dezembro de 2010

Querido Diário

Parece que hoje você é tudo que eu tenho. Foi um dia bem solitário, mas nem tão dificil. Meu coração está batendo rápido agora e eu nem sei porque. Aliás, nem quero saber. Amanhã eu viajo e ainda não arrumei minha mala. Não pretendo fazer isso hoje. Bom, como qualquer dia normal, ele não apareceu. Pois é, diário, continuo aqui ouvindo Lifehouse e Hoobastank, pensando em como eu posso me livrar disso. Na verdade eu não quero me livrar disso. Eu quero que tudo fique bem, que todos os dias sejam bem aproveitados e que eu possa falar dele como parte importante do meu dia, todos os dias. Porém, ele não veio. Ele nunca vem. Talvez quando precisar, ele venha. Eu devo ser bem útil para algumas coisas. Nada além disso. De qualquer forma ele ainda é parte importante do meu dia, levando em conta que eu passo metade das horas pensando nele. É uma bobagem, eu sei. Mas é inevitável. Gasto meu tempo fazendo coisas irrelevantes enquanto ele faz não sei o que, não sei aonde com não sei quem. Ok diário, vou parar de falar dele. Amanhã vou viajar sozinha, de novo. A primeira vez foi aos 13 e eu me lembro como se fosse ontem. Agora já não é mais tão emocionante. Vou entrar no ônibus, dormir por 6 horas e acordar com o sol batendo na minha cara, bem na hora de chegar. Depois disso tudo vai ser bem divertido. Pelo menos vou tentar fazer com que seja. É claro que vou contar tudo. Não com os mínimos detalhes, até porque isso não é tão importante. Enfim, amanhã tenho uma prova de química. Nada assustador, é só mais um fato desses dias tão vazios. Espero que ele me ligue, se sentir falta de mim. < Ele não vai ligar. Ah diário, eu acho que por hoje é só.

Até amanhã, kisses ;*

7 de dezembro de 2010

Dear Diary

Meu segundo dia "escrevendo" meu diário. Vamos ver até quando e onde isso vai...
Agora está um pouco tarde e como todos os dias em que eu prometi a mim mesma ir dormir mais cedo, estou aqui. Bom, pelo menos amanhã é feriado em BH. Mais um dia se passou, um dia comum. Uma surpresa: vou viajar. Realmente eu não esperava por isso. Achei que fosse passar as férias inteiras em casa assistindo séries e ouvindo músicas, sonhando com uma realidade inalcançável. Mas de repente o telefone tocou... Era minha prima me chamando pra ir à sua formatura. É claro que eu queria ir, mas tinha certeza que meu pai não ia deixar. Primeiro porque eu nunca posso fazer nada (já deveria ter me acostumado com tantos não's). Segundo porque é longe. Terceiro porque eu ia sozinha. Ia não, eu vou. No começo ele não queria deixar, mas minha mãe e meu irmão conversaram com ele, que acabou cedendo. Acho que vai ser bom. Festão, minhas primas, sem hora pra voltar. Além disso, é bom pra me desligar um pouco daqui. Coração idiota esse meu, insiste em bater por quem não se importa. Who cares? Eu já jurei que não ia mais acreditar, me desligar, não me importar, não sofrer. No fundo é isso que eu quero mesmo, mas alguma coisa me impede de conseguir. É involuntário. Eu simplesmente não consigo fingir que não faz diferença, que eu não ligo, que vou ficar bem. No fim do dia é sempre igual: sentada aqui, ouvindo Lifehouse ou qualquer banda que toque bem no fundo do meu peito, esperando por quem nunca vem. Promessas vazias, mentiras bem contadas. E a estúpida continua acreditando. Até quando, coração? Me diz, até quando, meu bem? Eu sei que não dá pra saber. Sabe, é até bom que eu não saiba. Enquanto isso continuo me alimentando de esperança. Não tenho nada a perder, não é mesmo? Você já foi quebrado uma vez, coração. Eu já fiz com que você ficasse curado. Sente medo de quebrar novamente? Parece que não. Tá tudo ok, eu já mandei o medo embora. Os riscos já não assustam, apenas encorajam. Vamos nessa, coração. Eu deixo você bater por ele. Só que primeiro, lembre-se que é por mim.

See you tomorrow.

6 de dezembro de 2010

17 anos

Então eu acordei e tive a ideia de escrever um diário. Não foi hoje, nem ontem. Há mais ou menos 1 mês, eu tive a ideia. Mas não fazia sentido começar do nada. Resolvi começar quando fizesse 17 anos. 04 de dezembro de 2010. Senti que minha vida ia mudar a partir do dia em que eu completasse em anos o meu número da sorte. Existe sorte afinal? Fiz alguns planos para o fim de semana, no ano em que meu aniversário seria comemorado no sábado. Tem coisa melhor? Tecnicamente não. Você pode comemorar segunda, quarta ou qualquer dia, mas no fim de semana é melhor, sem dúvida. Bem, pra mim não foi... Neste dia tão abençoado eu perdi uma dádiva em minha vida, talvez uma das maiores bençãos do Senhor, não só em minha vida, mas na de todos que estiveram com ela. Acabei dedicando meu fim de semana em sua despedida. Minha avózinha, dona Santinha. A ficha ainda não caiu. Ainda ouço tua voz. Ainda lembro do teu riso. Tua imagem ainda é claríssima em minha memória. Meu coração não tem mais calma depois de tua partida. Por que, meu Deus? Por quê? Por favor, me diga que isso não passa de um pesadelo terrível. Que quando eu passar por aquele corredor, ela vai estar lá no final me esperando com um grande abraço e muito carinho. Com todo o amor incondicional que só ela conseguia compartilhar. Com a alegria divina, com a mansidão no coração e a humildade incomparável. Sim, Deus, eu sei que ela não vai estar lá. Mas somente o corpo não estará. O espírito há de estar. A presença dela será real em nossas vidas, nos acompanhando sempre. O exemplo de fé que ela deixou, ficará marcado na eternidade. Obrigado, Deus, por ter me dado a oportunidade de me despedir dela. Gostaria de mais tempo, intermináveis momentos ao lado dela. Mas sua vontade foi feita, não duvido que tenha sido o melhor. Exatos 17 anos com minha vó, minha vózinha linda e maravilhosa, foram bons demais. Obrigado mesmo, meu Deus. Tudo que ela buscou em vida finalmente conseguiu encontrar. Agora em sua presença, ela encontrou a plenitude do seu amor. Me perdoe pelas vezes em que duvidei de ti, Senhor. Meus 17 anos não poderiam ter sido melhores. Sinto em não poder mais viver a alegria de estar junto dela aqui, porém agradeço por ter me permitido tudo isso. Apenas te peço, Senhor, acalma meu coração. Essa ferida vai cicatrizar, eu sei, mas somente por causa da tua permissão. E vózinha, eu sei que a senhora está bem ai com Ele. Um dia estaremos juntas de novo, viu? Saudades eternas, eu te amo.